PURITA


Modernices...



De regresso a terras invictas, hoje acordei com a sensação de mulher-em-início-de-carreira-de-sucesso, moderna, a preparar-me para mais uma semana de trabalho! Não sei será a história da samarra, que acarreta uma certa responsabilidade pela manutenção do legado familiar, se foi sair de casa sem ter tido tempo de tomar o pequeno-almoço, a verdade é que acordei com aquela sensação de quem vive apressado, cheio de compromissos!
Segui os rituais matinais necessários à sobrevivência de mais um dia na selva! Gel, tónico, sombra, rímel...com tanta coisa não admira que não tivesse tomado o pequeno-almoço, mas gente ocupada é assim... (será?)
Antes de enfrentar a VCI, essa velha conhecida, parei numa bomba de gasolina para o carro não ser motivo de falta ao trabalho, e atestei uns famigerados dez euros, numa atitude evidente de emancipação feminina e que, no fundo, não é que me incomode, mas
também não aprecio por aí além. Aproveitei para comprar o pequeno-almoço (gente ocupada não toma pequeno almoço em casa, compra na rua!)
Com a mania da saúde e com as imagens dos “corpos danone” na cabeça dirigi-me às prateleiras frigoríficas em busca de "algo" que alimentasse e fosse saudável (já sei que é missão mais do que impossível para quem, como eu, confessa abertamente detestar leite!).
Em vez de um maravilhoso donut, carregadinho de conservantes, ou um bollycao ressequido, o meu braço moderno direccionou-se a um iogurte de aloé vera! Com um design muito "clean" a embalagem transpirava saúde, pureza e sei lá mais o quê!!!
Após umas quantas barbaridades na VCI, que iam sendo apaziguadas pela doce imagem do iogurte de aloé vera a espreitar pela carteira, a emanar ondas pacificadoras e tranquilas, fazendo-me ansiar o momento em que, como qualquer mulher moderna, me sentaria a iniciar o computador e a beber suavemente o meu iogurte de aloé vera, tão saudável, num momento absolutamente zen!
Retirei a tampa metálica do iogurte...que sensação...e a partir daí tudo se desmoronou!
Mas que raio de mulher moderna é esta que até ao pequeno-almoço tem de sofrer em benefício da saúde e da linha, se é que coisa tão enjoativa e sensaborona faz mesmo bem à saúde!
Que belo começo de semana! Comecei a pensar que depois disto qualquer coisa poderia correr mal...Fui mas é tomar um café!

Legado familiar

samarra

do Ár. sammor, peliça

peça de vestuário, semelhante a um sobretudo curto, com gola de pele ou todo forrado de pele;

Estes dias, que foram também dias de reencontro, proporcionaram aquele acontecimento tão tipicamente familiar que consiste na transmissão de uma peça de estimação de uns para outros!

O meu pai presenteou-me com uma samarra alentejana que mandara fazer por alturas em que estudou na universidade em Évora! Peça distinta, bonita, simples, a lembrar os alentejanos debaixo do sobreiro, assenta-me lindamente (ligeiramente folgada), e por mais que custe a acreditar, está como nova!
E foram aquelas palavras de quem contempla e quem se vê há anos atrás..."ai querida, mandei fazê-la tinha mais ou menos a sua idade, e fica-lhe tão bem!Fico muito contente"!
Agora sou eu que vou ter que acrescentar mais recordações ao "casaco de família", a partir de ontem ganhou esse estatuto!
É tão melhor receber "heranças" em vida, porque quem dá pode ver a reacção de quem recebe!
Ontem, pai, fiquei mais feliz por trazer mais um bocadinho de ti comigo!

Inverno algarvio



Pois é, esta ausência forçada deve-se a uma vinda a terras do Al Garb, mais ou menos programada, e não foi para férias!
Ainda assim deixem-me que vos diga..está um grizo descomunal mas as amendoeiras em flor é um espectáculo digno de ser visto!



Durante a expedição de hoje à tarde, para ir tirar umas fotografias às amendoeiras, lembrei-me de quando era miúda me contarem a lenda das amendoeiras, facto confirmado pelo senhor meu pai, figura com quem tenho passado estes dias!
Do que me recordo, e se houver por aí alguém que saiba melhor, há muito, mas mesmo muito tempo, houve um rei árabe que se instalou no Algarve e tinha por mulher uma princesa nórdica!A rapariga, habituada aos gelos lá dos confins de onde ela vinha, sofria, coitada, com o sol das terras mouriscas, sem ponta de neve (santo Deus!!).
O rei, que nutria pela sua deusa escandinava um amor desmesurado (tão lindas as lendas...) não tem mais nada, resolve plantar em torno do palácio real, uma imensidão de amendoeiras, para que quando a princesa visse se lembrasse do manto de neve que lhe recordava a sua terra natal.
Assim surgem as amendoeiras...
Digam-me, há coisa mais linda que o amor?


fotografia de al-farrob

Uma coisa é certa, o Algarve é lindo nesta altura do ano!!!!

Sinfonia em Lá-



Láááá -



Miiiiiiii



Soooooooool



Ré -



Dóóóó +



Lá -

Santinhos.

Que espectáculo de astro!

Tinha pensado escrever alguma coisita mais séria hoje, mas francamente o dia está solarengo e não precisa que o deitem abaixo!
Sou uma fanática do sol, que é como quem diz, sou daquelas pessoas que só reage e tem energia em dias de sol! Que fraqueza a minha! Em dias de chuva o melhor é nem falarem muito comigo e cingirem-se ao estritamente essencial e mai nada!
A chuva deprime e nem sequer dá vontade de sair debaixo do nosso edredon quentinho...ainda conheço alguns masoquistas capazes de proferir semelhantes barbaridades do género: "ai adoro chuva e apanhar chuva!". É de arrepiar...



Já o sol dá vontade de estar ao ar-livre, correr pelos campos, sentir o cheiro das flores, falar com os passarinhos...the hills are aliiiiiive...em pleno delírio!Além disso, os óculos escuros ficam-me a matar! hã, é para parar? ah, ok, desculpem...
Desabafos! Sou só mais uma alma miserável, enfiada num escritório, sem sol! O que vale é que sinto-me numa estufa, lá isso sinto!!! (ih ih ih)

Puro Prazer...


Para quem não conhece esta personagem vou limitar-me a traços gerais, pois este é daqueles que só lido!
Gaston Lagaffe trabalha numa editora, a Spirou, e basicamente o que é que ele faz lá?NADA. Ou melhor, nada não, ele cria...sim, Gaston cria! Químico, inventor,enfim, tudo o que possam associar à destruição massiva de temperamentos humanos, ele é capaz de pôr a pessoa mais pacata à beira de um ataque de nervos!




Capaz de destruir e reconstruir um milhão de vezes o pequeno gabinete onde se dedica intensivamente ao sono, a cozinhar com o seu estojo de química e a conviver com toda e qualquer bicharada que por lá apareça, os seus companheiros inseparáveis são um gato, que ajuda sempre que pode a boicotar o momento da assinatura dos contratos com o Sr. Maesmaker, e a gaivota risonha, criatura de humor variável mas detentora de uma gargalhada sarcástica e assustadora.



Fora do escritório Gaston dedica-se a ludibriar sempre que pode o agente de polícia
que anseia o momento em que poderá finalmente multar o carro, o dono, tudo junto, presos se possível...mas corre-lhe sempre mal!
As passeatas ao campo com a menina Jeanne também estão presentes e percebe-se que nutrem um pelo outro um amor intenso e envergonhado!



O Carro ( ),

O instrumento musical que inventou capaz de envergonhar qualquer empresa que se dedique à implosão de prédios ( )!!!

Enfim, o universo Gaston Lagaffe é das coisas que nos faz ter vontade de estar vivo!!!



Para os mais curiosos: www.gastonlagaffe.com/


O meu amigo do fim de semana!



Quem não se lembra deste verdadeiro compincha de noites difíceis de tosse e constipação? É azul e verde, cheira a mentol, espalha-se no peito e pescoço, e foi o meu melhor amigo este fim de semana!
É engraçado como o cheiro me fez lembrar a minha infância: não há gripe que se cure sem vicks vaporub!
Bem sei que me trouxe recordações de "tempos de doença", mas lembro-me sobretudo dos cuidados da minha mãe..e o cheiro, não há igual!
Com o avançar dos anos até parece que nos esquecemos dos remédios que realmente fazem bem!Sobrevivi, é o que interessa!

Agasalhem-se...vem aí o frio!



O cachecol é, de longe, o meu acessório preferido...

Alguém sabe...



O que é ter a "barriga cheia de borboletas"?
Eu sei, mas não posso contar a ninguém...

Cá para mim...



...estou a chocar alguma!!!

É tempo de pantufas, cházinho, manta e caramelos!!!
Ver o teleshop,
esquecer que o país existe,
e que o G. Bush vai iniciar mais um reinado.
Pensar que a natureza ainda tem algum respeito por nós,
acreditar que é possível que alguma coisa mude nos nossos políticos!
É tempo de dormir, de sonhar, de ver a lua que tem brilhado no céu ultimamente!
Smashing Pumpkins rule!
Dar a mão e confiar que amanhã vai ser melhor...


O melhor mesmo é tomar dois drunfos que já me sinto a alucinar!!!


I'll be back...



Hoje está SOL e finalmente ganho alguma energia para vos dedicar algumas linhas, por isso, aqueles que vêm aqui incessantemente à espera de ler as maravilhas que eu escrevo, esperem, porque a paciência, além de ser uma virtude cristã, não sei, faz bem!

E assim foram felizes para sempre...

É com alguma emoção que escrevo hoje!
No Sábado senti-me honrada por ter sido convidada a presenciar a cerimónia de um casamento Hindu! Dois amigos meus, ela indiana, resolveram unir-se em matrimónio e assim passaram a ser um só corpo e alma!
O espectáculo é muito bonito, de cores fortes e intensas, e trocam-se votos de fidelidade e amizade eterna!
O incenso deixou um aroma bom no ar, a música foi constante e a comida que foi servida, bem, a comida deixou-nos a suar!!!(já agora publicidade ao restaurante Mendi no Porto, responsável pelo catering, e diz quem sabe que é dos melhores!)

Gostava de partilhar com vocês aquilo que nos foi transmitido, e quando a informação é privilegiada, porque vem de quem sabe e vive os rituais, tenho a certeza que está correctíssima.



Cerimónia de casamento Hindu

O casamento é a união entre duas almas numa só, a qual integra a personalidade do casal unida pelo firme propósito de realizar e corresponder às aspirações e esperanças um do outro. Esta cerimónia é composta por vários rituais e crenças. Os Hindus acreditam que nenhum homem ou mulher se realiza plenamente até contrair o Santo Matrimónio. Toda a cerimónia é recitada em Sanskrit, uma das mais antigas línguas do mundo, através da qual emanaram várias das línguas Indo-Europeias existentes actualmente.

Durante a cerimónia, o Noivo representa o Deus Vishnu, o sustentador, e a Noiva representa a sua mulher, Lakshmi, a Deusa do bem-estar e da fortuna.

Swagatum (recepção ao Noivo)

O Noivo chega com a sua família e amigos e é recebido e saudado pela mãe da Noiva, que lhe coloca uma marca vermelha na testa. De seguida, a mãe pousa um vaso de barro no chão, para que o noivo o destrua em pedaços, como prova do seu poder, capaz de ultrapassar todos os obstáculos que possam surgir ao longo da sua vida em conjunto com a noiva.
A noiva recebe o noivo colocando-lhe uma grinalda de flores no seu pescoço e o noivo retribui. Este gesto simboliza a aceitação mútua.
(...)
O pai da noiva lava o pé direito do noivo com leite e mel, como sinal de boas vindas, como se de um verdadeiro rei se tratasse.

Ganesh Pooja (invocação do Deus Ganesh)

A adoração a Ganesh significa paz, verdade, amizade e felicidade.

Kanya Daan (entrega da noiva)

A noiva é acompanhada até ao Mandap (palco erguido sobre 4 pilares), pelo seu tio materno, irmã, primas e amigas.
Os pais da noiva simbolicamente entregam a filha ao noivo pela colocação das mãos dela entre as mãos dele.
(...)
Como condição de entrega da sua filha para o casamento, o pai da noiva pede ao noivo que prometa assistir a filha na realização de 3 fins: dharma (moral), artha (prosperidade) e kama (amor).

Hasta Melap (junção das mãos dos noivos)

Os noivos são unidos através de um nó que é atado entre o saree da noiva e a roupa do noivo, com sopari, moedas de cobre, arroz e flores, que significam unidade, prosperidade, felicidade e fertilidade.
Seguidamente o Agni (fogo sagrado) é acendido. O Agni simboliza a iluminação da mente, o conhecimento e a felicidade.
Neste cenário as mãos da noiva são recebidas pelas do noivo e ambos pedem a bênção para que possam desfrutar de uma longa vida de alegria em conjunto.

Mangal Fera (o círculo da vida)

Esta é uma das partes mais importantes da cerimónia, sendo crença dos Hindus que a noiva é protegida pela Lua nos primeiros 7 anos da sua vida, pelo Sol nos 7 anos seguintes e pelo Agni no 7 seguintes.
Os noivos circulam à volta do Agni 4 vezes, simbolizando os 4 objectivos essenciais da vida humana: dharma, artha, kama e moksha (libertação da vida material).
No final de cada círculo cada um dos noivos toca com seu pé direito numa pequena pedra posta no seu caminho, o que significa que eles ultrapassarão, em conjunto, todos os obstáculos que poderão aparecer nas suas vidas.
As 3 primeiras voltas são conduzidas pelo noivo, sendo que na quarta a noiva antecede-se ao noivo, para que, qualquer mal que possa ocorrer no futuro a atinja primeiro a ela e não ao seu marido.

Saptapadi (os sete votos)

Trata-se do momento mais importante da cerimónia, findo o qual se dá a consumação efectiva do matrimónio.
Os noivos dão sete passos juntos e com cada passo eles trocam os votos que representam os sete princípios que irão guiar as suas vidas após o casamento:

- Todas as tuas alegrias e tristezas dividirás comigo. Dou este primeiro passo contigo, pois onde estás também eu estarei.
- A nossa família e os seus interesses eu irei proteger. Onde estiveres infeliz, eu não estarei satisfeito. Assim, dou este segundo passo contigo.
- Para sempre devoto a ti e às obrigações religiosas eu permanecerei. Para continuar doce e aprazível eu dou este terceiro passo contigo.
- Como parte do teu contentamento e da tua dor, e contra os teus inimigos eu permanecerei. Como a minha vontade é ser conduzido pelos teus desejos, dou este quarto passo contigo.
- Assegurarei que nada te falte e este quinto passo dou contigo para que sejamos abençoados com filhos fortes e sãos.
- Que este Fogo Sagrado seja a testemunha da minha honestidade e fidelidade para contigo, quer em actos ou em palavras. Isto prometo neste sexto passo.
- Este sétimo passo eu dou para que sejamos verdadeiros companheiros de vida, para que possamos caminhar juntos nas estrada da vida, com amor e harmonia.

Sindoor Daan (aplicação do pó vermelho)

O noivo aplica o kunkum (pó vermelho) sobre a risca que divide o cabelo da noiva, simbolizando o seu estatuto de casada.
(...)
O noivo curva-se então sobre o ombro direito da noiva, tocando-lhe no coração e proferindo: “O teu coração eu toco para que meu permaneça e o meu te ofereço em troca”.

Pumahuti/ Ashirvaad (finalização da cerimónia)
(...)
Os noivos dirigem-se aos pais pedindo-lhes a benção para o seu casamento.

Vidaai (partida dos noivos)

A partida é o último passo da cerimónia. É um momento triste para a noiva e sua família, uma vez que ela irá deixar a sua família para se tornar parte da família do noivo.

É bonito, não é?

Adivinha quem voltou...



Che's back! É sempre bom contar contigo, sabes disso...

"E O beijo

Junta-se o lábio superior ao inferior, ao melhor estilo “ Faz beicinho, faz!”, comprime-se ligeiramente a boca, cria-se uma espécie de vácuo no interior e soltam-se novamente os lábios, acompanhados dum sonoro “Muáaa!!!”, “Chuac!!!”, ou “Smack!!!”.

Agora digam-me, quem não sofreu já na pele aquele flagelo de ficar pendurado à espera do segundo beijo?
Eu sou daqueles que, em princípio, dá dois beijos. E como dou dois beijos, espero receber outros tantos em troca.
Porquê? Não sei.
Para quê trocar dois beijos? Não basta um? Basta, claro!
Mas se basta um, para quê dar beijo?
Digo “em princípio” porque conheço senhoras e meninas que só dão um…e essas não me apanham desprevenido. Mais também não levam!

Acontece frequentemente quando um pé-descalço como eu encontra uma “queque”, daquelas que tem a mania que “É só um, não seja piroso!”.
Malta, não há que enganar…a gente topa-as à légua!!!
Mas sabem o melhor?
É que as “queques”, quando olham para mim, ficam na dúvida…Vejo na cara delas a angústia do momento. Pensam: dou um, dou dois? Não, dou dois, coitado…
E, caridosas, preparam-se para o segundo beijo. Pobre de mim, não me querem deixar suspenso.
É nessa altura que eu, também armado em queque, afasto a cara com especial prazer, deixando-as completamente penduradas. Algumas ainda vêm com a carita atrás, por um segundo, mas não adianta…a vingança está consumada!
Comecem a dar dois, não sejam pirosas!

Ao mesmo nível estão aquelas que encostam a cara, mas beijo, nem vê-lo…
Outra nem isso, só aproximam.
Facilmente reconhecíveis, são normalmente as “tias” mais velhas. Mas a essas, até agradeço…é que se encostam, fico com a cara cheia de cremes, e bases e correctores e quejandos…e alguns até têm cheiro!
Mas isso é para quê? Para fingir que dão?

Queques da minha idade, ouçam o que vos digo! Nós queremos beijo! Mesmo!"

Che

Passeando alegremente e descontraída pela VCI!



Bom, hoje finalmente ganhei algum fôlego e vou falar da selva que é a VCI no Porto!
Por razões profissionais ( e graças a Deus, porque já estava saturada de estar sem nada que fazer) fui obrigada a fazer essa estrada "de pôr os cabelos em pé" quatro vezes por dia! E perguntam-me vocês: "mas está doida?".
Pois. Não estou. Tem de ser, mesmo sabendo que pode parecer uma estranha forma de masoquismo, capaz de fazer corar qualquer desporto radical!
A VCI é uma aventura de risco e quem sobrevive é digno de todos os prémios atribuídos a desportos motorizados incluindo camels trophys e dakares (que este ano não é Paris, vá-se lá entendê-los).
Mesmo assim, aqueles radares, estrategicamente colocados a meio do trajecto que costumo fazer, aliviam um bocadinho, a não ser quando um idiota que vem a 130 reduz drasticamente para 80 a um metro do radar(é giro, não é!), mas há mais, muito mais...
Mas afinal o que se vê para lá? Quem são os bárbaros? Estarei eu a caminho de me converter a bárbara também (credo!)?
Pois caríssimos, na VCI vale tudo, mas mesmo...tudo.
Se se fizesse uma daquelas sondagens à boca da urna, ganhava a direita de certeza! Isto porque as leis do trânsito na VCI sofrem uma estranha inversão, e as ultrapassagens são (sempre) feitas pela direita!
"Prefere a direita ou a esquerda?" "A direita, claro", responderia alegremente um VCIense após ter votado para decidir definitivamente a lei que impera na "selva".

Também há aquela espécie que se assume na VCI como o representante daqueles que, a certa altura da vida, ultrapassam a crise existencial que sempre os assolou e mudam do MRPP para o CDS!
São aqueles "cámónes" que em cima da saída (mas mesmo em cima!) mudam da faixa mais à esquerda para atravessarem a estrada, e, tranquilamente, ao volante do seu BM, sair em direcção a casa, sempre tranquilos, sempre numa descontracção assustadora, diria mesmo indiferentes, anestesiados, de tal forma que nem se dão conta das buzinadelas que entretanto começaram a chover.
Mas, o meu prato preferido da VCI é mesmo a ultrapassagem a que carinhosamente chamei de "sandwich"!
É uma descarga de adrenalina, não podem imaginar!
Esta suposta acrobacia consiste em seguir tranquila, na faixa que lhe compete (não quero que fiquem a pensar que sou uma trenga ou que tenho medo), e deixar-se ultrapassar simultaneamente pela esquerda e pela direita (de repente lembrei-me do Santana Lopes, e pensei que ele talvez me entenda)! É um espectáculo!
Isto é melhor que fazer rapel!Ou descer os rápidos em canoa! VCI, the ultimate survival test!

Para já ainda me situo nos indecisos, ou os "não sabe/não responde", e vou mantendo a minha postura civilizada (ainda). Não sei até quando, porque se em Roma sê romano, na VCI, sê animal!

Desabafo pós laboral!



Só de pensar que ainda me vou meter na VCI...
e esta fotografia é pacífica demais para o abalo em que estou só com a ideia!



Este senhor é responsável por algumas das mais bonitas letras que alguma vez foram escritas, ora vejam bem:

Ils s'aiment s'aiment en riant
Ils s'aiment s'aiment pour toujours
Ils s'aiment tout au long du jour
Ils s'aiment s'aiment s'aiment tant
Qu'on dirait des anges d'amour
Des anges fous se protégeant
Quand se retrouvent en courant
Les amants
Les amants de cœur
Les amants

Ils s'aiment s'aiment à la folie
S'effeuillant à l'ombre des feux
Se découvrant comme deux fruits
Puis se trouvant n'être plus deux
Se dénouant comme velours
Se reprenant au petit jour
Et s'endormant les plus heureux
Les amants
Les amants de cœur
Les amants

Ils s'aiment s'aiment en tremblant
Le cœur mouillé le cœur battant
Chaque seconde est une peur
Qui croque le cœur entre ses dents
Ils savent trop de rendez-vous
Où ne vinrent que des facteurs
Pour n'avoir pas peur du loup
Les amants
Les amants de cœur
Les amants

Ils s'aiment s'aiment en pleurant
Chaque jour un peu moins amants
Quand ils ont bu tout leur mystère
Deviennent comme sœur et frère
Brûlent leurs ailes d'inquiétude
Redeviennent deux habitudes
Alors changent de partenaire
Les amants
Les amants de cœur
Les amants

Qui s'aiment s'aiment en riant
Qui s'aiment s'aiment pour toujours
Qui s'aiment tout au long du jour
Qui s'aiment s'aiment s'aiment tant
Qu'on dirait des anges d'amour
Des anges fous se protégeant
Quand ils se retrouvent en courant
Les amants
Les amants de cœur
Les amants

J. Brel

Papel!



Ando já há alguns dias para produzir algum texto que valha a pena ser lido! Lembro-me diariamente e, às vezes, várias vezes durante o dia, de pensamentos, palavras, actos e omissões que por minha culpa acabo por não passar a escrito, vá-se lá saber porquê!
O trabalho absorve, a vida absorve, e quando me dou conta, a ideia já voou ou já foi entretanto partilhada por entre as linhas do messenger ou pelo telefone! Até porque há coisas que não se aguenta guardar durante muito tempo!
Os assuntos do dia são as ajudas humanitárias, as desgraças alheias, a política nacional e o futebol! Em dias como o de hoje, que me perdoem as almas mais caridosas, mas esqueço-me disso tudo!
Hoje o dia está cinzento e sinto-me assim como o papel, amarrotada!

Music will provide you...



...the light you cannot resist!

Memorável!Quem lá esteve sabe ao que me refiro...

Vou ver os REM!



É um sonho tornado realidade!
Apesar de ter ouvido algumas vozes a dizer que foi o pior concerto que viram, quando eles estiveram cá em 1999, vou preparada para alguma aura especial que envolve o vocalista Michael Stipe, ainda que isso signifique ausência de comunicação com o público, blá blá..são os REMMM!!!
Só espero que cantem uma das músicas da minha vida, precisamente deste álbum, "automatic for the people": meus caros, vou de fim de semana para Lisboa e deixo-vos com Nightswimming!


Nightswimming deserves a quiet night.
The photograph on the dashboard, taken years ago,
Turned around backwards so the windshield shows.
Every streetlight reveals the picture in reverse.
Still, it's so much clearer.

I forgot my shirt at the water's edge.
The moon is low tonight.
Nightswimming deserves a quiet night.
I'm not sure all these people understand.
It's not like years ago,
The fear of getting caught,
Of recklessness and water.

They cannot see me naked.
These things, they go away,
Replaced by everyday.
Nightswimming, remembering that night.

September's coming soon.
I'm pining for the moon.
And what if there were two
Side by side in orbit
Around the fairest sun?

That bright, tight forever drum
Could not describe nightswimming.
You, I thought I knew you.
You I cannot judge.
You, I thought you knew me,
This one laughing quietly underneath my breath.
Nightswimming.

The photograph reflects,
Every streetlight a reminder.
Nightswimming deserves a quiet night, deserves a quiet night.

Isto até pode ser coisa de menina...



Mas não é o máximo o beijo 3G?!?!? Assim até eu ponho de lado a ideia de simplesmente odiar telemóveis..quero um, quero um!!!

Obrigada Edward Bloom








Introducing Che



Hoje contamos com a colaboração de um amigo com vontade de partilhar e trocar as suas ideias com alguma criatura de Deus que por acaso leia este blog!
Resolvi chamar-te Che porque encontro nas tuas palavras a mesma inquietude e inconformismo!Espero que não leves a mal, mas tinha que te dar um nome, além de que estás girissimo a fumar um puro!



"Ano Novo, Vida Nova…e tudo na mesma!
Hoje acordei com vontade de me armar em criador, a pensar em duas notícias que vi ontem. Isto começa bem, começa…
Primeira: No Rio de Janeiro, dois milhões e meio vieram à rua festejar a passagem de ano. Dois milhões e meio ? Mas alguém os contou ?
É que não tenho a certeza, mas parece-me impossível, em espaço aberto, contar o número exacto de pessoas que participa num evento deste género. A não ser, claro, que nos queiram enganar.
No dia em que uma alma nos disser “Eu contei-os!” ou “Eram dois milhões e meio com bilhete”, peço desculpa por tudo o que estou a dizer.
Dois milhões e meio ? É que eu vi as imagens e pareciam só dois milhões.
Porque não dizer antes “População festejou a passagem de ano no Rio de Janeiro – Eram mais que as mães”? Ou melhor ainda, para quem quer dar uma ideia mais aproximada “População festejou a passagem de ano no Rio de Janeiro – Eram mais de trinta”…É que pelo menos trinta até eu contei.
E se alguém ousar confrontar o autor da notícia com uma questão simples como “Baseia-se em quê para afirmar que eram dois milhões e meio ?”, previsivelmente a resposta será “Desculpe, eu tenho as minhas fontes, mas não as posso revelar.”
Ficamos mais descansados. Se tem fontes, não há problema.
Pode dizer as maiores barbaridades que a culpa é das fontes.

Mas este rigor não foi caso único, ontem.
No mesmo ou noutro telejornal, a propósito dum bebé que terá sido encontrado com vida a flutuar nas águas do Índico, alguns dias depois do maremoto, ficamos a saber a sua idade…20 dias para o apresentador, 20 meses para a jornalista ( ou o contrário, também já não me lembro bem ).
E o curioso é que a mim, treinador de bancada que viu as imagens, não me parece que o bebé tivesse 20 dias ou 20 meses…talvez lá no meio. Mas como não sei, calo-me! É que 20 dias ou 20 meses são dados muito concretos e, ou sabem do que estão a falar ou o melhor é estarem calados, como eu… A notícia não seria notícia se falassem tão só num bebé de tenra idade que foi encontrado, com vida… ?
É que o essencial da notícia está em ter sido encontrado com vida. O resto, a mim, cheira-me a espectáculo. E, aqui, um dos dois estava a mentir. Ou os dois, quem sabe…

Perguntam: mas este tipo está a falar exactamente de quê ? Isto interessa a quem ?
A ninguém! Mas se não tem interesse, por que raio disseram que eram dois milhões e meio ? Por que raio falaram na idade do bebé ? Já sei! Queriam ser rigorosos.
Parabéns, conseguiram!!!

Agora para quem me possa ler. Malta, não há motivo para alarme… Isto foi delírio de dia 2 de Janeiro. Além disso, estou com uma dor de cabeça que não aguento…Vou dormir um bocadinho mais. "

Che

Simplesmente...

...Receita de Ano Novo, por Carlos Drummond de Andrade

"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanhe ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."




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