PURITA

E não é de jinglóbéls que falo.
Primeira consideração: o frio tem destas coisas, aproxima as pessoas, é preciso aquecer as almas e, sobretudo, os corpos.
Segunda consideração: se as construções do antigamente deixavam que se ouvisse cada passinho do andar de cima, as de hoje não são muito melhores...ou isso, ou tenho vizinhos surdos!!
Este emaranhado de considerações é para evitar dizer [escarrapachadamente] que acabei de entrar no estranho e constrangedor universo dos sons urbanos, que é como quem diz, ouço os meus vizinhos, e, assim, o que fazem também!oops, já disse!
Voltando ao frio, está, tem estado, muito frio...é uma justificação.
Contudo, já é menor a justificação para um verdadeiro mundo sonoro amazónico, de sons inimagináveis, aves raras, e eu que ainda pensei em pôr um bilhetinho na caixa do correio a pedir o cd de relaxamento, tipo sounds of the forest, desisti rapidamente da ideia quando surgem temperados com sons mais perto de um Rámón, oooh ooh...
Será isto o wild sex? ou sex in the wild?
Claro está que, por sua vez, a única justificação para este texto é mesmo a frequência com que têm sucedido estas incursões à selva..ok, alguma infantilidade também, de quem vive sozinha há não muito tempo e que sabe que não está livre de ser alvo das mesmas críticas...
Enfim, eu sou pelas manifestações de amor, mas neste momento ainda bem que não sou eu que vou às reuniões do condomínio...não ia conseguir disfarçar o sorrisinho!
Hoje de manhã já asneirei, claro...enquanto me arranjava, entre o quarto e o quarto de banho, naquele entra e sai típico, lava a cara, veste, escova dentes, dei comigo a imitar os uh uh, tenho medo que tenham ouvido...percebem a parte do constrangimento?

ps. sei é que agora tenho mais cuidado com os barulhos em minha casa...