PURITA

Mote: na casa inóspita sentou-se no chão, olhando o infinito, era esse o mote que precisava para nascer de novo e olhar para o horizonte, como se do futuro se tratasse.

Gostava de fazer este exercício tão básico que era ‘cortar’ um dos sentidos...sempre tinha ouvido dizer que os demais sentidos se apuravam e deixavam percepcionar melhor o que se perdia na interactividade dos cinco em simultâneo. (claro que havia quem atribuísse esse mesmo efeito a outras substâncias...mas assim achava o desafio das sensações muito mais interessante sem 'ajuda')
Duas pessoas são boas, três são demais, imaginemos cinco wisemen a palpitar o coração.
Estavam cinco pessoas, que iam saindo...
Sentou-se!
Desta ver cobriu os olhos...o peito movia-se ao ritmo de um beat acelerado que sentiu, ao colocar a mão em cima!
Concentrou-se e conseguiu ouvir o eco que as batidas ressoavam no interior...ele (ainda) está lá...tum-tum, tum-tum...
Provou os aromas e cheiros que te traziam à memória flashes que já não sabias se eram o passado ou o futuro que desejas.

Abres os olhos porque o cheiro te lembra alguém que não acreditas poder estar ali!
Lembras-te de pensar e suspirar infantilmente: que difícil que é esquecer...
De uma coisa tinhas a certeza: quando descobriste os olhos, com isso, descobriste também que temos um sexto sentido que, por mais exercícios que faças, nunca podes cortar, porque é ele que escolhe o teu presente.
Adoras trabalhar no 12º piso...as coisas que acontecem no elevador.