purita, la camionera
2 Comments escrito por purita on sexta-feira, outubro 13, 2006 at 6:31 da tarde.
TCHAM! Bate a porta e prepara-se para mais um dia de trabalho.
Não é uma vida fácil, alguns diriam que não é coisa de mulher, mas ela não se importava. Preocupava-se em chegar segura ao seu destino, e no final regressar sã, pelo menos fisicamente, já que sentia-se a atingir o limiar da sanidade, naquele ponto de não retorno. Mas estava viva.
Podia começar assim a minha história dos últimos dias. Há uns dias (semanas) atrás resolvi espetar-me de carro. Não houve feridos, foi tudo muito civilizado, quase incompreensível. Mas a civilização fica-se por aqui mesmo. As seguradoras não existem, seguramente, para nos facilitar a vida e eu não seria excepção.
Como tenho um mecânico porreiríssimo ele disse logo que me ia “desenrascar” (tremi, confesso) e depois o diálogo foi mais ou menos este:
- Ó Tono! - HÃ? - Traz o UNO! (tremi outra vez)
– Ó menina, este carro está uma categoria, só tenho que lhe explicar aqui um ou outro detalhe. Mas fica à sua responsabilidade (nem sei como não caí para o lado aqui).
Olhei de esguelha e lá me decidi a aceitar que precisava de me transportar, fosse onde fosse! (depois de viagens dentro de carros de reboques, já aceitava qualquer coisa!).
- Olhe, tá a bêr? Tem que ligar aqui isto, senão o carro não arranca! Ah, e como o carro já foi roubado umas quantas bezes, é melhor usar isto! Béim, tá serbida a menina...
O isto é uma arma de arremesso de cor amarela e preta, que encaixa no travão de mão e o mantém preso à mánete (esta palavra com sotaque do norte é magnifica).
É assustador.
Ameaçador.
(e o pior é que não posso estacionar em ruas inclinadas porque aquilo já não dá para usar se tiver a marcha-atrás engatada).
Sinto-me uma camionista a conduzir o carro, os músculos têm desenvolvido (pena não ser Verão para usar a shirt caveada!), umas vezes buzina, outras vezes não, o ar umas vezes circula, outras vezes não, uma coisa não falha, chia nas curvas e a travar, digno de envergonhar qualquer autocarro dos anos 80 que se preze.
É certinho, vão saber que sou eu a exímia condutora que segue naquele mini camião.
Acho mesmo que só lhe falta o autocolante da rádio renascença e um pendurichalho qualquer manhoso no retrovisor!
Ah, e a vida de camionera não é nada monótona, todos os dias a porcaria do carro faz um barulho novo.
Estou francamente cansada.
Não é uma vida fácil, alguns diriam que não é coisa de mulher, mas ela não se importava. Preocupava-se em chegar segura ao seu destino, e no final regressar sã, pelo menos fisicamente, já que sentia-se a atingir o limiar da sanidade, naquele ponto de não retorno. Mas estava viva.
Podia começar assim a minha história dos últimos dias. Há uns dias (semanas) atrás resolvi espetar-me de carro. Não houve feridos, foi tudo muito civilizado, quase incompreensível. Mas a civilização fica-se por aqui mesmo. As seguradoras não existem, seguramente, para nos facilitar a vida e eu não seria excepção.
Como tenho um mecânico porreiríssimo ele disse logo que me ia “desenrascar” (tremi, confesso) e depois o diálogo foi mais ou menos este:
- Ó Tono! - HÃ? - Traz o UNO! (tremi outra vez)
– Ó menina, este carro está uma categoria, só tenho que lhe explicar aqui um ou outro detalhe. Mas fica à sua responsabilidade (nem sei como não caí para o lado aqui).
Olhei de esguelha e lá me decidi a aceitar que precisava de me transportar, fosse onde fosse! (depois de viagens dentro de carros de reboques, já aceitava qualquer coisa!).
- Olhe, tá a bêr? Tem que ligar aqui isto, senão o carro não arranca! Ah, e como o carro já foi roubado umas quantas bezes, é melhor usar isto! Béim, tá serbida a menina...
O isto é uma arma de arremesso de cor amarela e preta, que encaixa no travão de mão e o mantém preso à mánete (esta palavra com sotaque do norte é magnifica).
É assustador.
Ameaçador.
(e o pior é que não posso estacionar em ruas inclinadas porque aquilo já não dá para usar se tiver a marcha-atrás engatada).
Sinto-me uma camionista a conduzir o carro, os músculos têm desenvolvido (pena não ser Verão para usar a shirt caveada!), umas vezes buzina, outras vezes não, o ar umas vezes circula, outras vezes não, uma coisa não falha, chia nas curvas e a travar, digno de envergonhar qualquer autocarro dos anos 80 que se preze.
É certinho, vão saber que sou eu a exímia condutora que segue naquele mini camião.
Acho mesmo que só lhe falta o autocolante da rádio renascença e um pendurichalho qualquer manhoso no retrovisor!
Ah, e a vida de camionera não é nada monótona, todos os dias a porcaria do carro faz um barulho novo.
Estou francamente cansada.
"Ó Tono! - HÃ? - Traz o UNO!" ;-)
Ainda não consegui parar de me rir! Bom fim-de-semana e vê lá se descansas do Tono, ooops do Uno, que essa vida de camionista deve ser uma canseira ;-)
Beijos
havias de andar com o jetta! aí ganhavas musculo. queres ver o meu?