PURITA

- então doutora, vêmo-nos amanhã!

- amanhã? amanhã não, que é feriado, isso vindo de si até é estranho...dia do trabalhador, lembra-se?

- sei, mas a doutora não vem connosco à Praça?

- que praça? acha que sim?

- sim, vamo-nos juntar na Praça da Liberdade para a manif do costume do 1º de Maio!

- oh, e acha que eu vou???

- se quiser apareça e vamos tomar um copinho de vinho!

- bem, sendo assim...talvez apareça! mas é só por causa do vinho! que manifs não é comigo!

Se estiver aí alguém que tenha visto o Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, por amor de Deus, manifeste-se, para eu saber se sou eu que alucino ou se a Bárbara Guimarães é mesmo...bajouja!!! [disseram que para além do significado de aduladora, também queria dizer tolinha].

Não sabe ler, não sabe acentuar, não sabe dar a entoação consoante a pontuação, atrapalha [para não dizer prejudica] os concorrentes...resumindo: é a pessoa IDEAL para apresentar uma competição deste género!

Honra seja feita aos pequenitos, que responderam estoicamente a perguntas que duvido que a maioria das pessoas soubesse, ainda por cima mal lidas...

Mas no fim, Bárbara lança-nos, lá dos píncaros, um pedido sincero:
"e leia, leia muito, ninguém vai ler por si. Cada leitor é um defensor da língua portuguesa".

com defensoras assim, prefiro os analfabetos!

""Prevenir a Corrupção" é o título de um guia de boas práticas que o Ministério da Justiça vai distribuir pelos serviços públicos a partir de quinta-feira e que visa incentivar as denúncias de corrupção na Administração Pública e no sector privado."

publico, 26.Abril.07

Num dia andam todos excitados a querer ensinar o 25 de Abril aos meninos que nem sabem quem é o D. Afonso Henriques, outro é isto...
Agora, isto sou eu outra vez, que não faz ideia como era dantes, mas a escola dos bufos não é uma coisa super antigo regime?

[e encerro aqui a minha veia contestatária, vou seguir o conselho de uma amiga, e vou tentar emigrar, este país não me merece!!!e a diva abandona o palco num gesto dramático...]

vieira da silva, 25 de abril

Depois de ver partes dos "capitães de abril" [não consegui vencer a moleza do feriado e as sardinhas no bucho], já desperta, estive a ver um documentário sobre a música de Zeca Afonso [mais do que a sua vida, o programa explorava sobretudo as letras e a música].
É impossível falar de liberdade e não pensar no poder das palavras de Zeca Afonso, e quando digo que o admiro [para além do legado cultural], é porque conseguiu passar a sua mensagem sem qualquer tipo de apoio partidário [julgo que os próprios comunistas também não sabiam muito bem como lidar com a sua "liberdade" e da qual não abdicava].

Mas isto sou eu, que não "vivi" o 25 de Abril, que não sei como era antes, mas que sinto cada uma das suas palavras como intemporais...cada vez mais acho que "eles comem tudo e não deixam nada"...
E nem me deixam ir para a rua gritar pois foram calando a minha geração, porque "na altura é que era","aquilo é que eram ideais", "agora é só bandalhos", "sabem lá o que é a ditadura", "estes miúdos lá sabem o que são manifestações". E nós, como somos uns acomodados, fomos ficando...

No documentário, um homem que veio a tornar-se amigo de Zeca, um tal Alípio de Freitas, com honras de ter uma musica dedicada à sua pessoa, dizia, a certa altura, que o 25 de abril tinha aberto muitas portas, que isso era inquestionável, mas que neste momento essas portas dão para becos, alguns sem saída.

e o Presidente pede-nos mas não nos resignarmos, e desejar uma classe política qualificada...não sei se ria...

[ps. depois da ségolène e dos murais do mrpp, acho que alguém vai achar que me converti à esquerda]

Costumava interessar-se pelo valor que as coisas pequenas têm na nossa vida.

Ultimamente achava francamente difícil manter este pensamento, e anseava uma mudança grande, que ela própria não sabia se suportaria...estava farta de reunir fragmentos de felicidade em película, quando, no fundo, o que queria mesmo era pintar um quadro maior!

Diziam que era boa, positiva, e que sorria muito...mas, para ela, isso já não era suficiente.

BRAVO, Ségolène!

"Boa tarde, ligou para a linha de atendimento...a sua chamada encontra-se em linha de espera!"

[vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi]

"Devido ao elevado tráfego, prevemos que o tempo de espera para atendimento será superior ao desejado"

[vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi, vivaldi]

"Continuamos a registar um tempo de atendimento superior ao desejável."

[As quatro estações em loop e um euro e meio depois]

"Tenha em atenção que pode não ser possível garantir o atendimento da sua chamada em tempo útil"

[ps. a paciência é uma virtude, a paciência é uma virtude, a paciência é uma virtude...]

- então? nada?

- nada.

- mas o que te deu? isso não era tipo dom ou assim?

- não me enerves, por favor!

- ah, desculpe lá...é só porque realmente não entendo,

se é natural porque é que não te sai agora?

- não vês que quanto mais me pressionares, pior é?

- ficas aí, em frente à folha, e nada...

- nada. nem uma letra.

- sabes o que é isso, não sabes?

- cansaço?

- não, mau feitio!

'nunca sentiste saudades do que nunca tiveste?'

De todas as vezes que desceu as escadas sempre jurou que nunca mais voltaria a fazer o mesmo.
Mas desta vez [como todas as outras] pareceu-lhe diferente.
Havia uma luz diferente, não mais bonita ou mais forte, mas diferente, que lhe fez pensar que talvez não conhecesse aquelas escadas tão bem como julgava.
Apesar disso, sempre que descia, contribuia para o enriquecimento do bairro com teses sábias sobre cada um daqueles degraus!
"Lá vem outra vez! Será que descobriu alguma coisa nova?"

Sabia exactamente onde estavam estragados e onde não devia pousar o pé a próxima vez que ganhasse determinação para voltar a subi-los!

Ia subir, mais uma vez, e como de todas as outras, tinha uma certeza: nunca tinha medo!
E ouvia música...

criselefantinas ,

o mais apaixonante, exótico e feminino da art déco