eu gostava de ser como o zeca afonso
8 Comments escrito por purita on quarta-feira, abril 25, 2007 at 9:54 da tarde.vieira da silva, 25 de abril
Depois de ver partes dos "capitães de abril" [não consegui vencer a moleza do feriado e as sardinhas no bucho], já desperta, estive a ver um documentário sobre a música de Zeca Afonso [mais do que a sua vida, o programa explorava sobretudo as letras e a música].
É impossível falar de liberdade e não pensar no poder das palavras de Zeca Afonso, e quando digo que o admiro [para além do legado cultural], é porque conseguiu passar a sua mensagem sem qualquer tipo de apoio partidário [julgo que os próprios comunistas também não sabiam muito bem como lidar com a sua "liberdade" e da qual não abdicava].
Mas isto sou eu, que não "vivi" o 25 de Abril, que não sei como era antes, mas que sinto cada uma das suas palavras como intemporais...cada vez mais acho que "eles comem tudo e não deixam nada"...
E nem me deixam ir para a rua gritar pois foram calando a minha geração, porque "na altura é que era","aquilo é que eram ideais", "agora é só bandalhos", "sabem lá o que é a ditadura", "estes miúdos lá sabem o que são manifestações". E nós, como somos uns acomodados, fomos ficando...
No documentário, um homem que veio a tornar-se amigo de Zeca, um tal Alípio de Freitas, com honras de ter uma musica dedicada à sua pessoa, dizia, a certa altura, que o 25 de abril tinha aberto muitas portas, que isso era inquestionável, mas que neste momento essas portas dão para becos, alguns sem saída.
e o Presidente pede-nos mas não nos resignarmos, e desejar uma classe política qualificada...não sei se ria...
[ps. depois da ségolène e dos murais do mrpp, acho que alguém vai achar que me converti à esquerda]
Acho que as manifs antes e depois do 25 de Abril são coisas muito diferentes. Antes eram mais difíceis e mais fáceis. Exigiam mais coragem, mas eram fáceis na definição dos objectivos (pela democracia, pela liberdade, contra a censura, contra a guerra, etc.). Agora, trata-se de utilizar a própria democracia, que é apenas um meio. Já não há nenhum grande ideal colectivo a alcançar, e sobram os interesses geracionais, sociais, profissionais ou regionais que se defrontam. Menos bonito, mas é assim mesmo a vida.
Comuna|
revolution now!!!
bonita homenagem... estás libertária, hoje
ontem também vi o documentário mas tinha chocos sem tinta grelhados no bucho.
Estás como a gaivota que voava, voava... ou a papoila que crescia, que crescia... ;-)
Beijos
lol
[o Zeca era genial]
p.s
[e a imagem é lindíssima,
grande escolha.....]
Gosto bastante de José Afonso, um grande compositor, a sua música acalma-me, mas à semelhança de outros seus contemporâneos a sua mensagem não me abriu a consciência política ou social. A música sim, é extremamente bela.
beijo