PURITA


(des)amor

Tudo o que escolhemos impomos aos outros.
É de um egoísmo atroz pensar que aquilo que decidimos (in)conscientemente só nos atinge a nós.
O que me intriga é o momento exacto da escolha, aquele segundo de sim ou não.
O que se sente nesse momento? O que passa pela cabeça?
Tu, nós, tu, nós...tu.
Chego à conclusão que o amor nunca é forte o suficiente...
De facto, não dormi assim lá muito bem hoje.

ps.estado do coração:ameixa seca.

3 Responses to “(des)amor”

  1. # Blogger Hugo Brito

    E não nos responsabilizamos pelas nossas escolhas? Face a nós próprios? Eventualmente?

    Perspectivando: É de uma irresponsabilidade grandiosa julgar que quando escolhemos 'nós' não estamos a colocar-nos numa posição de colectivo e a abdicar, numa percentagem considerável, da nossa individualidade enquanto sistema diário (não enquanto alminhas).(O que se liga com a tua questão da força do amor, que não é mais que a coesão de um colectivo de individualidades.) Nem toda a gente trabalha bem em grupo...

    As escolhas de que nos arrependemos são também fruto dessa irresponsabilidade narcísica. De pensarmos que as nossas escolhas, pela negativa, só afectam os outros.
    Um egoísmo de dilatação terrível - é um blob do futuro, um couraçado Potemkin cheio de almas vacilantes que não podem nunca voltar atrás e corrigir, dizendo sim. Isso não existe, nem que se diga sim à mesma pessoa uns anos mais tarde (já é outra pessoa).

    Não existe segundo da escolha, é uma vida inteira até ali a concorrer para a escolha.

    O que se sente é alívio e angústia. Alívio por sermos decididos, angústia por nunca mais nada ser igual (são as escolhas e não há volta a dar)

    Pois não, nunca é forte o suficiente...nem fraco o bastante para que não doa.

    Beijo grande.  

  2. # Anonymous Anónimo

    mas é esse mesmo egoísmo que nos permite viver. não há segundo da escolha. há uma vida que corre, e cujas acções determinam o caractér. e não existem bons e maus carácteres, apenas estão lá.. como o conjunto das nossas acções. a memória delas serve para adoptar novas posições. os sentimentos que decorrem delas são meros professores que nos transformam em pessoas um pouquinho mais sábias.  

  3. # Anonymous Anónimo

    Achamos sempre que merecemos um sacrificiozinho qualquer do outro, não é?!
    Mas não fiques a noite acordada a pensar na "fabulosa intriga do momento exacto da escolha"! :-) Conta antes carneiros.  

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