PURITA


[patchwork]

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana,
Quem confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
(...)

Arre, estou farto de semideuses!

Onde há gente no mundo?

Então só eu, que é vil e erróneo nesta terra?

Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Na véspera de não partir nunca
Ao menos não há que arrumar malas
Nem que fazer planos em papel (...)

[deconstructing álvaro campos]

2 Responses to “[patchwork]”

  1. # Blogger [A]

    também não gosto de "palhaços" ;)  

  2. # Blogger intruso

    p.s.
    estive pra postar o poema/retalho final do teu patchwork, há uns dias atrás, por lá...

    safa,,,

    :P  

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