Dá-me pouco gosto sair do cinema e pensar:'bem, foi mais ou menos, nada de especial'!
Mas faz parte, nem sempre estamos predispostos a receber a mensagem que um filme pode ou pretende transmitir! Mas quando nos damos conta que não nos sai da cabeça, e revemos as personagens, e há um sonzinho qualquer que não nos larga, é sinal que é uma espécie fatal de filmes, os de efeito retardado!
Com Iklimler/climates aconteceu-me isso...ontem quase que adormeci no cinema, não fosse a única companhia presente na sala manter-me acordada com medo de um surto de psicopatia[mas isto é outra história...]!
É um filme em que parece que não se passa nada, apresenta a receita do costume: casal em crise, separação, tentativa de reconciliação, tudo por decisão [quase] unilateral do homem da história [não, não pensem que este comentário é feito em tom crítico, é um pormenor].
É um filme em que parece que não se passa nada, apresenta a receita do costume: casal em crise, separação, tentativa de reconciliação, tudo por decisão [quase] unilateral do homem da história [não, não pensem que este comentário é feito em tom crítico, é um pormenor].
Mas os silêncios levam-nos mais longe, e agora apercebo-me de como me revi em alguns dos olhares da personagem feminina. Reconheci a desilusão, a incompreensão, o abandono...uma nova alegria com a reaproximação e novamente a desilusão!
O filme vai-se compondo em diferentes climas, passando de um calor abrasador até chegar ao nevão e gelo com que termina...e, realmente, sai-se um bocado frio...
O filme vai-se compondo em diferentes climas, passando de um calor abrasador até chegar ao nevão e gelo com que termina...e, realmente, sai-se um bocado frio...
aquelas bofetadas retardas vindas nao se sabe de onde, realmente nao sabem bem.
nós vamos aquecer-te! vai um bom copo de vinho e treta até de madrugada?
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eu gostei da "lentitud" deste filme.
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e das personagens perdidas e desencantadas.
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Já te disse que devias ser crítica de cinema!
Tenho que me chatear?!!!
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(muita coisa naquele silêncio e naqueles olhares...)
não tenho a certeza sobre a unilateralidade da decisão...
acho que o filme é mesmo sobre o desfazamento, a impossiblidade (consciente ou inconsciente dos personagens)
(e talvez num próximo Verão se encontrem de novo, passem férias juntos... ou não)
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My cup of tea. Vou querer ver e tremelicar de frio.
bj
como em tudo, a ilusão e a desilusão fazem parte do que vemos e do que sentimos, como se fossemos um corpo inerte repentinamente bafejados pela sorte do sentido... mas que mal nos provoca, por vezes, esse dom, excelência... ;) bj
Olha, eu gostei muito do filme. Excelente fotografia, que ajuda muito a contagiar o tal clima, o arrefecimento que referes. Muito bons actores, e não era fácil o trabalho deles. (curiosidade: os protagonistas são casados, e ele é o realizador do filme). O tema é eterno, mas são esses os temas que contam. E talvez só a magia e a universalidade do cinema fizessem aproximar tanto a Turquia da Suécia, faz lembrar um bocado filmes do Bergman.