PURITA


[back to masculinity]


Este pasquim começa a ficar farto de lamechices e nostalgias, vamos lá tratar do assunto rapidamente. Fui ver o Rambo.

Talvez pelo facto de ter um irmão, vi as sagas todas de filmes de pancadaria, aventura e ficção científica do mercado.

Mas depois havia o Rambo.
O Rambo sempre foi o herói da pancadaria e da artilharia e o enredo era mais ou menos recorrente: o eremita silencioso e introspectivo, negando a sua condição de máquina de guerra, à procura da redenção numa qualquer terreola perdia pela Ásia; um grupo capturado por uns bandidos quaisquer de outra terreola na Ásia; o herói do Arizona a salvar o grupo e a matar os bandidos, intercalando umas frases lapidares que marcaram a história da minha adolescência e que ainda hoje usamos [coisas de irmãos].

Havia outro fenómeno que acontecia sistematicamente: enquanto o Rambo disparava 3 tiros e matava 10, os bandidos disparavam mil tiros e nenhum acertava no Rambo.
E toda a mística da fita vermelha nos cabelos longos, a faca, as setas explosivas, ia melhorando de filme para filme.
Há uma cena clássica que, ainda hoje, o meu irmão e eu vemos quase a chorar a rir: o individuo, depois de trespassado por uma seta, retira-a e desinfecta a ferida com pólvora e incendeia-se, literalmente!
E graças ao Rambo aprendi o que são sanguessugas! Como não adorá-lo?

Claro que tudo o que se passava me parecia descontextualizado, num mundo que não era o meu e que mal sabia onde ficava. Havia sempre muita vegetação, o suficiente para isolar uma realidade que julgava ser criada para aqueles filmes.

Com este último já não é bem assim...
A acção passa-se na Birmânia, um país que continua a enfrentar divergências étnicas [eufemismo] e o grupo a resgatar faz trabalho humanitário.
À parte das filosofias humanitárias do género we-still-believe-we-can-make-a-difference, nem o cepticismo do herói impede que ajude quem [só] quer ajudar.
Contudo, a war machine já não tem a faca maravilha, mas faz uma catana, o que ainda evidencia mais o lado primário e violento do filme.
Nunca tínhamos visto, mesmo assim, tanto sangue e tanta explosão nos filmes anteriores.

É extremamente cru e real...e eu sei onde fica a Birmânia e o que se anda a passar por lá.
A certa altura o meu irmão dizia assim: "ih pá, mas que grande sarrabulho que práli vai..."

Live for nothing, or die for something!

10 Responses to “[back to masculinity]”

  1. # Anonymous Anónimo

    como?? o Rambo uma máquina de guerra??! esse menino do coro!!!.. tss...

    Ass: Chuck Norris  

  2. # Blogger Freddy

    Se o filme é cheio de sarrabulho, o Rambo está o verdadeiro Rojão!!! E é sempre a desbastar arroz por todo o lado...

    A sério, nada bate o "To survive a war you have to become a war..."

    PS - curti as "divergências étnicas"... Excelente eufemismo!  

  3. # Blogger Tomé Duarte

    haha, vôvo-rambo is back in town... qq dia juntam o stalone com o schwarzenneger, quero ver!

    que crítica brilhante. :)  

  4. # Anonymous Anónimo

    Oh lá lá! Purita is back!

    :D

    Gaja que é gaja, fala assim bonito!  

  5. # Blogger fernando lucas

    Não haverá nada que faça mudar de ideias, o First blood (A Fúria do Herói) é um bom filme. Nesse filme entrou o David Caruso (CSI), apenas morreram 4 pessoas no filme, incrivel não é? E no filme/livro original o John Rambo matava-se no fim...  

  6. # Blogger Jaime

    Nunca vi um filme do Rambo, nem nunca fui à Birmânia. Já tinha visto uns cartazes, uns trailers, ouvido falar, mas só agora percebi mesmo o que tenho andado a perder! :-)  

  7. # Blogger intruso

    ah bom, assim já blogo e comento

    (risos)

    [i hate rambo]  

  8. # Blogger intruso

    p.s.
    {vai ver o there will be blood}  

  9. # Blogger Abssinto

    Eu fui ver ontem. Eu adorei.

    Óbvio.

    bj  

  10. # Blogger GoncaloCV

    Gosto do Rambo. Ainda ontem vi o Regresso do Heroi. Muito bom.  

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