[out of office reply]
7 Comments escrito por purita on quarta-feira, outubro 31, 2007 at 8:38 da tarde.
I will be out of Office from 01/11/2007 until 05/11/2007.
If urgent please don't contact.
If urgent please don't contact.
depois da citação erudita, eis que chega a vox populi!
para já, esta mensagem está a ganhar:
"ainda bem que já temos 29 anos! e continuamos completamente atrasadas mentais!!!"
para já, esta mensagem está a ganhar:
"ainda bem que já temos 29 anos! e continuamos completamente atrasadas mentais!!!"
"There are three hundred and sixty-four days when you might get un-birthday presents ... and only one for birthday presents, you know..."
[como se consola um amigo]
13 Comments escrito por purita on terça-feira, outubro 23, 2007 at 9:32 da tarde.- fogo, isto está tudo a correr mal, perdi o emprego, estou em risco de perder a namorada, já nem ligo ao blog...
- já viste? estás a ter o teu momento Paul Auster...não são todos que podem dizer isto...
[silêncio]
ps. there, there... :)
[nunca ponho smiles, mas é para não pensarem que sou uma insensibilóide sem qualquer sentido de conveniência...]
um sem abrigo, pelo menos como eu os conheço, não é necessariamente uma pessoa que vive na rua. eu até diria que a maior parte deles, como eu os conheço, até tem um tecto. às vezes vê o céu através do tecto, sem que isso lhe lembre alguma coisa de especial, a não ser "espero que hoje não chova!".
A maior parte da pobreza, pelo menos a que eu conheço, é envergonhada. são mulheres que deixam três filhos em casa [mais um, o marido], para vir buscar comida e roupa para os miúdos à rua. são doentes que compram os medicamentos mês sim, mês não, porque é mesmo assim. são pessoas que se arruinam, que contraem dívidas sem poder, que mesmo que trabalhem têm os salários penhorados por um qualquer contrato de crédito, a maior parte das vezes para comprar os bens mais inúteis. são famílias desagregadas, pais que não falam com os filhos há anos. podia continuar a desenrolar, mas agora os clichés que todos conhecem, bebida, droga, loucura, demência. sinto que há muitos loucos pela noite...e cadavéricos.
de cada vez que saio à rua, à noite, é inevitável pensar que isto não tem solução, que podemos, por outro lado, estar a alimentar também uns quantos encostados que deviam estar a trabalhar, mas hoje penso nos outros. nas pessoas e nas histórias que trazem agarradas.
A maior parte da pobreza, pelo menos a que eu conheço, é envergonhada. são mulheres que deixam três filhos em casa [mais um, o marido], para vir buscar comida e roupa para os miúdos à rua. são doentes que compram os medicamentos mês sim, mês não, porque é mesmo assim. são pessoas que se arruinam, que contraem dívidas sem poder, que mesmo que trabalhem têm os salários penhorados por um qualquer contrato de crédito, a maior parte das vezes para comprar os bens mais inúteis. são famílias desagregadas, pais que não falam com os filhos há anos. podia continuar a desenrolar, mas agora os clichés que todos conhecem, bebida, droga, loucura, demência. sinto que há muitos loucos pela noite...e cadavéricos.
de cada vez que saio à rua, à noite, é inevitável pensar que isto não tem solução, que podemos, por outro lado, estar a alimentar também uns quantos encostados que deviam estar a trabalhar, mas hoje penso nos outros. nas pessoas e nas histórias que trazem agarradas.
[I don't do drugs. I am drugs]
5 Comments escrito por purita on domingo, outubro 14, 2007 at 9:57 da tarde.Sempre olhei com alguma consideração para os prémio nobel [sobretudo o da paz] não porque seja uma entendida no assunto, mas porque recordo que alguns prémios nobel da paz foram pessoas e organizações que dedicaram parte da vida a promover o entendimento, a diplomacia, a defesa dos direitos humanos, a bondade entre as pessoas, enfim, a paz.
Já uma vez me referi ao messias das alterações climatéricas, sendo alguém com quem admiti logo não simpatizar, mas tentando não ter um discurso centrado só nas coisas más. Aliás, compreendo e vejo um direito humano supremo ao bom ambiente e qualidade de vida, mas para mim os prémios nobel, hoje, perderam credibilidade.
Já uma vez me referi ao messias das alterações climatéricas, sendo alguém com quem admiti logo não simpatizar, mas tentando não ter um discurso centrado só nas coisas más. Aliás, compreendo e vejo um direito humano supremo ao bom ambiente e qualidade de vida, mas para mim os prémios nobel, hoje, perderam credibilidade.
que os óscares já eram uma bandalheira publicitária ainda vá...mas os nobel?
'vou só ali fumar um cigarro, só para chatear!'
[e lá levei a linha a passear...]
11 Comments escrito por purita on terça-feira, outubro 09, 2007 at 11:01 da tarde.Coincidência ou não, na véspera do aniversário da morte da Amália fui ver o 'Fados' do [aclamado] Carlos Saura, impelida, talvez, pela emoção com que realizou o primeiro filme do que viria a ser uma trilogia dedicada ao Flamenco, ao Tango e agora ao Fado.
Contudo, se o flamenco e o tango se constroem numa estética que resulta da combinação do som com o movimento da dança, diz-se que o fado é mais estático. C. Saura quis quebrar esse preconceito e resolve coreografar os fados e as músicas que vão sendo cantadas durante o filme. A meu ver pessimamente, que odeio a cena do fado com ballet contemporâneo, faz-me sempre lembrar aqueles programas de domingo à tarde em que há um grupo de dança convidado, com fatos esvoaçantes ao som da canção do mar.
Li por aí que o filme também foi feito sob consultoria musical do Carlos do Carmo, o que explica claramente uma selecção de fados longe de ser extraordinária, o protagonismo dado à sua personagem e à da senhora sua mãe, e o 25 de Abril enfiado a martelo, num contexto sem ter nada a ver [deviam sim ter mostrado o Zeca Afonso a cantar alguma das suas baladas ou mesmo fados - fado de coimbra nem vê-lo].
Contudo, se o flamenco e o tango se constroem numa estética que resulta da combinação do som com o movimento da dança, diz-se que o fado é mais estático. C. Saura quis quebrar esse preconceito e resolve coreografar os fados e as músicas que vão sendo cantadas durante o filme. A meu ver pessimamente, que odeio a cena do fado com ballet contemporâneo, faz-me sempre lembrar aqueles programas de domingo à tarde em que há um grupo de dança convidado, com fatos esvoaçantes ao som da canção do mar.
Li por aí que o filme também foi feito sob consultoria musical do Carlos do Carmo, o que explica claramente uma selecção de fados longe de ser extraordinária, o protagonismo dado à sua personagem e à da senhora sua mãe, e o 25 de Abril enfiado a martelo, num contexto sem ter nada a ver [deviam sim ter mostrado o Zeca Afonso a cantar alguma das suas baladas ou mesmo fados - fado de coimbra nem vê-lo].
Mas nem tudo é mau...salvam a honra do convento os verdadeiros fadistas [brilhante Argentina Santos] que integram o filme e as participações dos brasileiros Caetano, Chico Buarque e ainda de Lila Downs.
Uma última nota, um bocado triste. Achei inacreditável, para não dizer ofensiva, a parte do filme entitulada de homenagem a Amália Rodrigues, reduzida a um mini filme de um ensaio, numa fase em que a Amália já cantava com voz de bagaço, longe de todo o esplendor da vida daquela que foi a grande voz internacional do fado. Só pode ser de alguém que não estudou bem o assunto, ou que foi mal aconselhado...
Não tem a emoção que se espera e que se vive através do fado e, sobretudo, das letras dramáticas e exageradas cheias de 'oh meu Deus, estou desgraçada'.
Uma última nota, um bocado triste. Achei inacreditável, para não dizer ofensiva, a parte do filme entitulada de homenagem a Amália Rodrigues, reduzida a um mini filme de um ensaio, numa fase em que a Amália já cantava com voz de bagaço, longe de todo o esplendor da vida daquela que foi a grande voz internacional do fado. Só pode ser de alguém que não estudou bem o assunto, ou que foi mal aconselhado...
Não tem a emoção que se espera e que se vive através do fado e, sobretudo, das letras dramáticas e exageradas cheias de 'oh meu Deus, estou desgraçada'.
E não, não sou nenhuma fanática do fado, só acho que é das coisas mais bonitas que temos e foi maltratada neste filme.
Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade, ternura
E talvez amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando
Se tem um desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor
Foi deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E deu o azul às ondas do mar foi deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores à primavera
Ai!, e deu-me esta voz a mim.
ps. e deu muito bem!